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REPORTAGEM
Tenho levado uma vida de escravo, mas se
pudesse faria tudo igual…talvez só uma
coisa faria diferente…não confiaria tanto
nas pessoas. É a vida!”.
“SE PUDESSE FARIA TUDO IGUAL”
Feita a radiografia, Fernando ‘Migaitas’ não tem arrependimento da série de
investimentos realizados: “tenho levado uma vida de escravo, mas se pudesse
faria tudo igual…só uma coisa faria diferente…não confiaria tanto nas pessoas.
É a vida!”.
Não obstante, tem consciência que é um marco na restauração do distrito: “sei o
que fiz, mas nunca me importei com prémios. Nunca trabalhei para isso. Quero
é ver as pessoas contentes. O resto é tudo comercial”.
APAIXONADO PELA ARTE
Foi em Cuba que reforçou o gosto pela arte. Todas as casas apresentam uma
decoração cuidada e valiosa: “tenho esta paixão há muitos anos. Em Cuba, na
minha casa, tinha muitas peças antigas. Em todas as casas que tive, tive sempre
essa preocupação. Gosto de valorizar, também, o trabalho das pessoas. A arte é
um investimento. Fica para as minhas filhas”. É nelas que encontra o combus-
tível para continuar: “o que ainda me faz correr são as minhas filhas, mas está a
chegar o tempo de descansar”.
Entre os melhores amigos está o charuto: “dá-me paz, é a minha companhia,
mesmo que esteja triste”. Talvez não seja de estranhar que o último projeto seja Bafora mais um charuto. Dá uma tragada e diz-me nos olhos: “agora é be-
ter um espaço, com pouca área, onde possa “criar um clube de amigos de fuma- ber uns copos até aos 100 sem chatear ninguém”. Instala-se um silêncio de
dores de charuto, ouvir música e fazer uns preguinhos”. paz e fecha-se o gravador.
#SIMatuaREVISTA JULHO · 2025 67