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PINTURA



               Ana Marlene Lima expõe no Museu Pio XII
                ‘VIBRAÇÕES PICTÓRICAS’:


               QUANDO AS CORES TOCAM COMO MÚSICA

              H            á lugares onde a arte não se limita a ser vista: ouve-


                           -se, sente-se e quase se respira. É exatamente essa
                           experiência  sensorial  que  a  exposição  ‘Vibrações
                           Pictóricas’, da autoria de Ana Marlene Lima, oferece,
                           até 7 de setembro, na Torre Medieval do Museu Pio
                           XII. Entre as pedras centenárias, nasce uma viagem
               onde linhas, formas e cores se cruzam para criar melodias visuais —
               campos rítmicos que desafiam o olhar a dançar.
               Na inauguração  da  exposição  ‘Vibrações  Pictóricas’,  o cónego  José
               Paulo  Abreu  destacou  a forma  como  esta exposição  nos  faz com-
               preender que a arte não é apenas para ver, mas para sentir e escutar
               com a alma. Uma reflexão que resume na perfeição o espírito da mos-
               tra,  onde  as  obras  parecem  pulsar  ao  compasso  das  sensações  que
               despertam. “Costumamos acolher os artistas que merecem este es-
               paço e entendemos que era de a trazer para cá”, confessou o cónego.
               Mais do que uma coleção de quadros, ‘Vibrações Pictóricas’ propõe
               uma  verdadeira  partitura  visual.  Cada  obra  resulta de  um processo
               de criação que procura capturar o invisível: as vibrações que cruzam
               os sentidos e transformam cor em som, forma em ritmo e imagem em
               emoção. É nesse terreno onde tudo se mistura — aroma, som, cor e me-
               mória — que a exposição encontra a sua força.


















                                                                       da Universidade do Minho, com curadoria de Helena Mendes Pereira
                                                                       (Zet Gallery), e esta segunda, agora, no coração histórico de Braga. Um
                                                                       percurso que revela não só a evolução do trabalho do artista, mas tam-
                                                                       bém a capacidade de dialogar com diferentes espaços — do universo
                                                                       académico ao património medieval.
                                                                       Até à Noite Branca de Braga, quem subir à Torre Medieval vai encon-
                                                                       trar muito mais do que pintura. Vai descobrir um convite à introspeção,
                                                                       um exercício quase meditativo onde cada cor, cada traço e cada forma
                                                                       ecoam como notas de uma melodia íntima. Como resume a própria si-
                                                                       nopse da exposição: “as pinturas criam campos visuais onde o olhar é
               Algumas destas peças têm já histórias que as ligam a palcos interna-  convidado a percorrer percursos rítmicos, quase musicais”.
               cionais: ‘Marulho’ marcou presença na XIV Bienal do Eixo Atlântico,   Entre ecos do passado e vibrações do presente, ‘Vibrações Pictóricas’
               ‘Vibração Pictórica’ esteve na 7.ª Bienal Internacional de Arte de Espi-  prova que, no silêncio das paredes antigas, a arte encontra sempre no-
               nho e ‘Coloratura’ brilhou na BIALE – Bienal Internacional de Arte do   vas formas de falar — e, sobretudo, de fazer sentir.
               Alentejo. Já ‘Frequenza em Estanho 1’ recebeu a Menção Honrosa no
               Foz’Arte 2025. Um currículo que testemunha o reconhecimento cres-  Ana Marlene Lima teve ainda a obra ‘Crescendo’ em exibição na 6.ª
               cente desta linguagem plástica que rompe com o convencional.  Bienal Internacional de Arte  de Gaia e tem a obra ‘Polirritmia’, que está
                                                                       em exposição, até 30 de agosto, na 8.ª Bienal Internacional de Arte de
               A exposição divide-se em dois momentos: uma primeira parte inau-  Espinho.
               gurada em fevereiro na UMinhoExec – Executive Business Education

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