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SAÚDE SAÚDE
DGS ADVERTE PARA VACINAÇÃO CONTRA
O VÍRUS SINCICIAL RESPIRATÓRIO
O Vírus Sincicial Respiratório (VSR) é uma das prin- 2. Vacinação de grávidas
cipais causas de infeções respiratórias agudas, so-
A vacina administrada entre as 24 e 36 semanas de gestação transfere
bretudo em bebés, crianças pequenas e idosos. Al-
anticorpos protetores ao bebé, protegendo-o nos primeiros meses de
tamente contagioso, é responsável por milhares de
hospitalizações, durante o inverno, e está na origem
3. Medidas gerais de prevenção
de muitos casos de bronquiolite e pneumonia em vida.
menores de dois anos.
• Evitar contacto de bebés com pessoas doentes
A transmissão dá-se por contacto direto com secreções respiratórias
(tosse, espirros) ou por superfícies contaminadas. O período de incu- • Lavar frequentemente as mãos
bação varia entre dois a oito dias. • Evitar espaços fechados e sobrelotados
Os sintomas iniciais podem parecer uma constipação, mas em casos • Praticar etiqueta respiratória
mais graves evoluem para: tosse persistente, febre, dificuldade respi-
ratória, ‘Gatinhos no peito’, cansaço ao mamar (em bebés). 4. Acompanhamento dos grupos de risco
Embora geralmente ligeira, a infeção pode tornar-se grave em bebés Prematuros e crianças com doenças crónicas devem ser identificados
prematuros, com doenças cardíacas ou pulmonares, ou com imunida- precocemente para beneficiar das medidas preventivas.
de comprometida, exigindo hospitalização ou cuidados intensivos. 5. Vacinação em adultos
VANTAGENS DA IMUNIZAÇÃO Recomenda-se vacinação contra o VSR a partir dos 60 anos e aos
adultos a partir dos 50 anos que tenham condições como: DPOC,
Até recentemente, não havia vacina eficaz contra o VSR. Hoje, vaci-
nas inovadoras e anticorpos monoclonais de longa duração oferecem asma, insuficiência cardíaca ou renal, diabetes, imunodepressão, de-
proteção relevante: redução de hospitalizações (menos casos graves, mência, residentes em lares.
principalmente em bebés e idosos), proteção dos mais vulneráveis IMPACTO EM PORTUGAL
(prematuros e crianças com doenças crónicas beneficiam significa-
tivamente), alívio do SNS (reduz a pressão sobre urgências e interna- As novas normas da DGS e a aceitação por parte das famílias tiveram
mentos no inverno) e em termos de proteção indireta (uma menor cir- grande impacto. Os dados hospitalares confirmam: no Hospital de
culação do vírus ajuda a proteger também os não vacinados) Santa Maria: internamentos em cuidados intensivos por VSR caíram de
40 para apenas cinco bebés, no Hospital Dona Estefânia, os interna-
RECOMENDAÇÕES EM PORTUGAL mentos em menores de seis meses baixaram de 70% para 45% do total.
Os indicadores mostram ainda uma redução global de 85% nos inter-
A Direção-Geral da Saúde (DGS), em conjunto com sociedades cien-
tíficas, atualizou as estratégias de prevenção com base nas novas fer- namentos em bebés até 3 meses e de 40% entre os três e seis meses,
ramentas disponíveis. segundo Ana Povo, diretora da Direção Geral de Saúde.
O VSR continua a ser um desafio, sobretudo nos meses frios. Mas com
1. Imunização com anticorpos monoclonais
a vacinação e novas formas de prevenção, Portugal está melhor prepa-
Desde 2023, o nirsevimab é administrado antes do inverno, oferecen- rado. A inclusão de vacinas e anticorpos monoclonais nos programas
do proteção por vários meses com uma única dose, em bebés. de saúde infantil é um avanço importante para reduzir complicações,
hospitalizações e mortes.
82 SETEMBRO · 2025 #SIMatuaREVISTA

