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REPORTAGEM REPORTAGEM
Salão Pedro Pinhon na Rua dos Barbosas – Braga
PEDRO PINHON:
O JOVEM EMPRESÁRIO QUE QUER DIGNIFICAR O
MUNDO DA BARBEARIA E CABELEIREIRO MASCULINO
“Eu sempre fui muito dinâmico e empreendedor, mas a escola regu-
lar, que frequentei até ao 10.º ano de escolaridade, era um sistema
demasiado sedentário para mim e eu tinha vontade de trabalhar, de
me mexer, de sentir que estava de fato a fazer alguma coisa em prol
da sociedade”, indica Pedro Pinhon, em entrevista à Revista Sim.
“Julgo que nem todos temos que prolongar os estudos se sentirmos
que não é esse o caminho que queremos seguir e, sobretudo, se
descobrirmos que temos uma vocação muito mais prática em ter-
mos de carreira profissional”, refere. “Foi por sentir isso mesmo que
decidi arriscar”.
Estar à frente de Pedro Pinhon é dar de caras com um jovem pro-
missor, resoluto e com a mente voltada para o futuro. Garante que a
barbearia é uma arte ancestral, que sempre teve grande preponde-
rância social e é precisamente essa mística histórica que pretende
resgatar de novo para a sua profissão.
“Desde criança que sempre adorei ir ao cabeleireiro e sei que fui
dos primeiros rapazes da minha idade, na altura já com 14/15 anos
a frequentar o cabeleireiro semanalmente. Sentia-me mesmo bem
de cada vez que saía do salão, gostava realmente da transformação
e da autoestima que esse prazer me proporcionava, era como se, a
cada semana, o simples fato de ir cuidar de mim e da minha imagem
me desse uma energia extra, um sentimento de revigoração inexpli-
cável”, conta, do alto da cadeira de couro amarelado de estilo retro,
à moda do século passado, onde elegantemente senta os seus clien-
tes, fazendo-os sentir ‘donos e senhores’ do seu mundo, tal como
um príncipe ou um rei.
A energia de Pedro contagia tudo e todos. É um autêntico galã aos
olhos, mas é de dentro do seu ser que vem o entusiasmo, munido do
sonho de vir a tornar-se, um dia, um dos melhores e mais conceitua-
dos profissionais de barbearia e cabeleireiro do país.
A ida ao cabeleireiro semanal tornou-se para Pedro Pinhon um cul-
to. “Ao sair do salão sentia-me sempre diferente e pronto para en-
frentar a sociedade como ela é nos dias de hoje e que exige também
muito da nossa imagem pública”, indica.
T inha, apenas, 16 anos quando decidiu abrir o “Aos poucos fui-me apercebendo que as minhas idas ao cabelei-
reiro eram muito mais do que um simples gosto. Eu já nessa altura
seu primeiro salão de cabeleireiro na garagem
adorava, realmente, o ambiente e o contato com as pessoas que o
de casa do pai. Pedro Pinhon, hoje com 23
salão possibilitava e todo aquele movimento entusiasmava-me mui-
anos e empresário de sucesso com dois espa-
ços abertos na Rua dos Barbosas, em Braga,
gestão e pelo mundo dos negócios e quando percebi que poderia
garante que foi o melhor que fez porque descobriu cedo to”, conta o empresário. “Depois veio por acrescento a paixão pela
aliar estas duas vertentes profissionalmente foi aí que perguntei a
que tinha nas mãos e no coração o talento para a arte da mim mesmo: “por que não arriscar?”. Tinha 16 anos e tornou-se um
barbearia e cabeleireiro.
autodidata.
38 FEVEREIRO · 2025 #SIMatuaREVISTA