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MÚSICA

               L-BLUES

               CANTAR EM PORTUGUÊS




               Se fosse em inglês, haveria mais rádios a tocar as músicas dos
               L-Blues? “Não sei se isso faria diferença. A música portugue-
               sa, cantada em português, penso que está em crescimento.
               Para nós, faz sentido, até porque o Bruno começou a escrever
               e só depois passou para mim essa função”, explica Ana Neto.
               Bruno complementa: “ Para mim, fazia mais sentido se fosse
               a Ana a escrever, para dar alguma verdade à musica. Quando
               ela canta, sente aquilo que canta”
               O processo criativo não é linear. “Umas vezes, eu escrevo as
               letras e eles compõem, outras, eu oiço a música e escrevo a
               partir daí. Tem sido um trabalho de equilíbrios”, explica a vo-
               calista.
               REDES SOCIAIS E PLATAFORMAS MUSICAIS
               MUDARAM O ACESSO À MÚSICA
               Com o acesso às plataformas generalizado, é mais fácil estar
               disponível para todo o público, mas parece ser mais difícil ‘en-
               trar’ nas rádios. “Eventualmente, havendo um produtor ou um
               manager seria mais fácil ter esse acesso. Somos totalmente
               independentes e não temos uma editora”, refere Diogo Silva.
               “A música ainda está muito centralizada em algumas editoras,
               que acabam por controlar esse meio. Parece que falta alguma
               coragem para ter rock mais ‘selvagem’ nas rádios. Além disso,
               é tudo muito produzido, não se aposta em bandas, mas em ar-
               tistas a solo, que depois contratam músicos para tocar ao vivo
               e isso permite que haja menos conflitos e é tudo mais con-
               trolado. A música é um pouco toda igual e semelhante, não
               há coisas novas a aparecer, sonoridades diferentes”, lamenta
               Bruno Lopes. “As rádios nacionais não passam as nossas mú-
               sicas, apenas as regionais – e deixo-lhes um agradecimento
               por ter essa abertura”.
               FEEDBACK AO VIVO É “EXCELENTE”
               Nas suas apresentações ao vivo, o público fica “agradavel-
               mente surpreendido” com os L-Blues. “Quando crias e depois
               tens um feedback excelente ao vivo, de algo que criamos e
               transmitimos ao público, é muito gratificante. Os concertos
               são sempre muito interativos, tanto durante como no final do
               espetáculo. Costumam dizer que ficam surpreendidos e não
               há um público alvo para a nossa música. Ao vivo, percebemos
               que a nossa música agrada aos jovens e aos menos jovens”,
               refere Diogo Silva.
               E de que forma se dá o passo seguinte? Precisam de um ‘hit’?
               “Eu sinto que a banda precisa de alguém que nos dê opor-
               tunidade para mostrarmos a nossa música, porque é boa e é
               bem feita. Há cuidado musical naquilo que fazemos. Não an-
               damos à procura de um ‘hit’… de uma coisa que acontece uma
               vez e ninguém sabe bem como aconteceu. Quando estamos
               a criar, não pensamos nisso, mas antes em fazer boa música.
               Música da qual nos orgulhamos e gostamos de mostrar e,
               acredita, nós somos os maiores críticos de nós mesmos. Sinto,
               genuinamente, que houve músicas que fizemos com qualida-
               de para estar em rádios nacionais”, finaliza Bruno Lopes.
                                                                                                     facebook.com/LBluesBand
               A banda acaba de gravar o seu novo videoclipe, do novo sin-                           instagram.com/_lblues
               gle Mente, do álbum Labirinto. Para seguir nas redes sociais e                        youtube.com/@lblues1292
               nas plataformas dos L-Blues:




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