Page 45 - SIM 301
P. 45

REPORTAGEM


               Visita guiada com direito a palestra sobe a fauna e flora dos
               majestosos jardins
               Depois de percorrido o olhar pelo átrio interior do Palácio dos Biscainhos, a
               partir das varandas do piso superior, os visitantes são conduzidos pelo guia
               para uma das salas do andar inferior, onde Paulo protagonizou uma breve
               palestra sobre o jardim e a sua diversidade em termos de fauna e flora.
               “A árvore mais alta é a Tulipeira da Virgínia – é uma árvore americana”, disse,
               apontando para uma mesa, onde se exibiam as plantas e os animais que por
               ali vivem. “A Ginko-Biloba é uma árvore que também temos aqui no Jardim
               dos Biscainhos e que, curiosamente, foi a primeira a florescer depois dos
               acidentes nucleares em Nagasaki e Hiroshima. Os entendidos dizem que
               o chá da Ginko-Biloba é excelente para a memória do ser humano”. “Existe
               aqui também uma Magnólia Gran Flora, que tem sempre a folha verde”.
               Paulo enceta, logo de seguida, uma explanação sobre as inúmeras varie-
               dades de plantas aromáticas, apontando para o loureiro, o manjericão, o
               alecrim, a alfazema, a erva-cidreira e tantas outras que aromatizam a cada
               estação os Jardins dos Biscainhos. E, mais uma vez, Paulo usa da retórica
               eloquente que possui: “Alguém tem dúvidas?”.
               A diretora do Palácio dos Biscainhos, Maria José Sousa, que acompanhou
               também a visita do grupo empresarial F3M, fez questão de convidar de
               novo os visitantes a uma nova visita, já que, dadas as obras de reabilitação
               que estão, neste momento, a decorrer, há vários espaços que integram a
               visita regular que não são passíveis de ser visitados como a cozinha de ser-
               viço ou a cavalariça – que é sempre um forte motivo de curiosidade.


                                      “Estamos a
                                      criar melhores

                                      condições e
                                      acessibilidades
                                      para as visitas”



               A tutela do espaço museológico, agora entregue ao organismo Museus e
               Monumentos de Portugal, aponta a reabertura oficial do Palácio dos Bis-
               cainhos ao público em 2025, mas a diretora do espaço, Maria José Sou-
               sa, destaca a “urgência”, uma vez que existe uma grande procura turística.
               Refira-se que só no ano passado foram cerca de 54 mil os visitantes que
               passaram pelo espaço cultural bracarense.
               A responsável  assinala  as  obras  de  intervenção  incluem  a melhoria  das
               acessibilidades para todos os públicos, sendo que o palácio ficará dotado
               de uma plataforma elevatória. “O objetivo é que disponibilizemos uma vi-
               sita mais atualizada e mais acessível a todos os que nos visitarem”, referiu.
               “Estamos  também  a  criar  melhores condições  e  acessibilidades  para  as
               visitas aos jardins com circuitos e a integração de rampas para melhorar a
               acessibilidade às várias zonas no sentido de possibilitar a máxima fruição de
               toda a oferta do Palácio dos Biscainhos e respetivos jardins”.
               Recorde-se que em 2021, a RTP gravou grande parte da série ‘Vento Norte’
               no próprio cenário do Palácio dos Biscainhos, tendo também passado por
               espaços como a Sé de Braga e outros locais da região minhota, como Ama-
               res e Arcos de Valdevez. A ideia original partiu de João Lacerda Matos, Al-
               meno Gonçalves e João Cayatte para representar o drama épico que conta
               a história dos Mello, uma família aristocrata do Minho, que viveu no Museu
               dos Biscainhos no início do século XX. Para além do quotidiano daquela
               época, a série revela, também, aspetos históricos do período que Portugal
               viveu com a Primeira República até à Revolução de 28 de maio de 1926.
               Maria José Sousa sublinhou, ainda, a importância de projetos como o ‘Em-
               purrão Cultural’, que possibilitou que um dos utentes da CERCI Braga pu-
               desse realizar esta experiência de se tornar um guia turístico. Uma forma-
               ção em contexto de trabalho que abriu um novo mundo a Paulo Mourinha,
               que quer, efetivamente, tornar-se um guia cultural profissional na cidade
               de Braga.
                                                                                                                   Continua

               #SIMatuaREVISTA                                 DEZEMBRO · 2024                                           45
   40   41   42   43   44   45   46   47   48   49   50