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REPORTAGEM
Visita guiada com direito a palestra sobe a fauna e flora dos
majestosos jardins
Depois de percorrido o olhar pelo átrio interior do Palácio dos Biscainhos, a
partir das varandas do piso superior, os visitantes são conduzidos pelo guia
para uma das salas do andar inferior, onde Paulo protagonizou uma breve
palestra sobre o jardim e a sua diversidade em termos de fauna e flora.
“A árvore mais alta é a Tulipeira da Virgínia – é uma árvore americana”, disse,
apontando para uma mesa, onde se exibiam as plantas e os animais que por
ali vivem. “A Ginko-Biloba é uma árvore que também temos aqui no Jardim
dos Biscainhos e que, curiosamente, foi a primeira a florescer depois dos
acidentes nucleares em Nagasaki e Hiroshima. Os entendidos dizem que
o chá da Ginko-Biloba é excelente para a memória do ser humano”. “Existe
aqui também uma Magnólia Gran Flora, que tem sempre a folha verde”.
Paulo enceta, logo de seguida, uma explanação sobre as inúmeras varie-
dades de plantas aromáticas, apontando para o loureiro, o manjericão, o
alecrim, a alfazema, a erva-cidreira e tantas outras que aromatizam a cada
estação os Jardins dos Biscainhos. E, mais uma vez, Paulo usa da retórica
eloquente que possui: “Alguém tem dúvidas?”.
A diretora do Palácio dos Biscainhos, Maria José Sousa, que acompanhou
também a visita do grupo empresarial F3M, fez questão de convidar de
novo os visitantes a uma nova visita, já que, dadas as obras de reabilitação
que estão, neste momento, a decorrer, há vários espaços que integram a
visita regular que não são passíveis de ser visitados como a cozinha de ser-
viço ou a cavalariça – que é sempre um forte motivo de curiosidade.
“Estamos a
criar melhores
condições e
acessibilidades
para as visitas”
A tutela do espaço museológico, agora entregue ao organismo Museus e
Monumentos de Portugal, aponta a reabertura oficial do Palácio dos Bis-
cainhos ao público em 2025, mas a diretora do espaço, Maria José Sou-
sa, destaca a “urgência”, uma vez que existe uma grande procura turística.
Refira-se que só no ano passado foram cerca de 54 mil os visitantes que
passaram pelo espaço cultural bracarense.
A responsável assinala as obras de intervenção incluem a melhoria das
acessibilidades para todos os públicos, sendo que o palácio ficará dotado
de uma plataforma elevatória. “O objetivo é que disponibilizemos uma vi-
sita mais atualizada e mais acessível a todos os que nos visitarem”, referiu.
“Estamos também a criar melhores condições e acessibilidades para as
visitas aos jardins com circuitos e a integração de rampas para melhorar a
acessibilidade às várias zonas no sentido de possibilitar a máxima fruição de
toda a oferta do Palácio dos Biscainhos e respetivos jardins”.
Recorde-se que em 2021, a RTP gravou grande parte da série ‘Vento Norte’
no próprio cenário do Palácio dos Biscainhos, tendo também passado por
espaços como a Sé de Braga e outros locais da região minhota, como Ama-
res e Arcos de Valdevez. A ideia original partiu de João Lacerda Matos, Al-
meno Gonçalves e João Cayatte para representar o drama épico que conta
a história dos Mello, uma família aristocrata do Minho, que viveu no Museu
dos Biscainhos no início do século XX. Para além do quotidiano daquela
época, a série revela, também, aspetos históricos do período que Portugal
viveu com a Primeira República até à Revolução de 28 de maio de 1926.
Maria José Sousa sublinhou, ainda, a importância de projetos como o ‘Em-
purrão Cultural’, que possibilitou que um dos utentes da CERCI Braga pu-
desse realizar esta experiência de se tornar um guia turístico. Uma forma-
ção em contexto de trabalho que abriu um novo mundo a Paulo Mourinha,
que quer, efetivamente, tornar-se um guia cultural profissional na cidade
de Braga.
Continua
#SIMatuaREVISTA DEZEMBRO · 2024 45