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DESMISTIFICANDO A ACUPUNCTURA

A lei que regula a prática da Acupunctura, foi criada em 2002, apos uma regulamentação que decorreu num processo bas-
tante incompleto e tumultuoso, as TNC (Terapias Não Convencionais) tiveram regulamentação concluído apenas a em
2018. “Eu estive envolvido nesse processo, porque ao longo do tempo as alterações na legislação que se foram produzin-
do não eram suficientemente satisfatórias”, explica Alberto Costa, terapeuta especializado em Acupunctura no Espaço
Tânia Costa Terapias. “Atualmente, só se pode exercer com cédula profissional, em ambiente regulamentado e certifica-
do, com todas as condições necessárias”, assegura o profissional.

Acupunctura: preventiva ou reativa? continuando: “São avaliados os meridianos onde circula a energia do nosso cor-
po, que tem de fluir de forma ordenada e regulada. A partir do momento em que
Na sua génese, as práticas da Medicina Tradicional Chinesa são preventivas. “A há um bloqueio, uma falha ou uma acumulação, vai causar um sintoma ou uma
forma como olhamos para a nossa saúde está muito ligada ao nosso nível cultu- patologia se o suave fluxo da energia não é restabelecido. A ação das agulhas
ral. No Oriente, olha-se para a saúde de forma preventiva, enquanto a precepti- reestabelece esse mesmo fluxo”.
va dos ocidentais é mais a medicina curativa, vamos ao médico quando estamos
doentes. Eles fazem tratamentos para não ficarem doentes. Nós, terapeutas, Porquê a Acupunctura?
temos de nos adaptar. Eu tenho o curso de Medicina Tradicional Chinesa e li-
cenciatura em Acupunctura pela Escola Superior de Saúde da Cruz Vermelha Qualquer sintoma específico pode ser tratado pela acupunctura. “Depois de
Portuguesa Norte e, desde que me formei, posso dizer-lhe que há cada vez mais uma anamnese onde analisamos/avaliamos a pessoa é que decidimos qual o
pessoas a procurarem-nos numa perspetiva mais preventiva. O nosso Sistema caminho a seguir. Analisamos várias situações do dia a dia, como o sono, a forma
Nacional de Saúde (SNS) já chegou a essa conclusão, por exemplo, com cam- como a pessoa respira, como comunica; fazemos o diagnóstico do pulso e da
panhas para prevenir a Obesidade Infantil, o Tabagismo, entre outras”, defende língua que nos dão indicações sobre a origem dos desequilíbrios”, afirma Alber-
Alberto Costa. to Costa.
A desmistificação da Medicina Tradicional Chinesa foi um processo difícil e mo-
A Medicina Tradicional Chinesa não é compartimentada como a medicina con- roso, prejudicado por alguns ditos profissionais que prometiam “milagres”, sem
vencional: não há ortopedistas, cardiologistas, neurologistas… “Trata a saúde de qualquer base para tal. Alberto Costa é perentório: “Aqui, não há milagres. Há
uma forma transversal, determinamos uma síndrome que pode estar associado trabalho e dedicação, anos e anos de estudo e comunicação com seriedade e
a sintomas nas áreas do metabolismo, do mental/emocional, do musculo-es- profissionalismo com o paciente. Eu estou consciente das minhas limitações
queletos. Eu trato todo o tipo de situações: se tem problemas de ansiedade, e até onde posso chegar. Se alguém me chega aqui com um problema que eu
stress ou dificuldade em dormir; se tem problemas de fertilidade, transito in- percebo perfeitamente que é para ser tratado pela medicina convencional, na-
testinal, alergias… não há um foco, mas sim uma avaliação geral, que depois dá turalmente encaminho. Não estamos aqui para substituir ninguém, mas para
origem a uma síndrome com sintomas associados, depois segue a aplicação de sermos complementares uns dos outros”, finaliza o terappeuta.
um conjunto de tratamentos para controle dos sintomas”, explica o terapeuta,