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ENTREVISTA
“Com o Collaborative
Research and Innovation
Center (CRIC) teremos mais
14 mil metros quadrados
para investigação”
Falta um ano para terminar o segundo A forma como olhamos para o ensino superior tórios que está a surgir ali ao lado [do campus], o
mandato (2021-25). O que lhe falta fazer? também mudou. Se há 20 anos tirávamos um Collaborative Research and Innovation Center
curso e pronto, ficávamos por ali, hoje há mais (CRIC). São 14.000 metros quadrados só para
Nós passamos, mas instituições ficam. Haverá condições para continuar a estudar ao longo da investigação. É da investigação que surge mais
sempre alguma coisa a fazer no IPCA. É impor- vida. As empresas já perceberam a importân- e melhor conhecimento e, por consequência,
tante que, enquanto estiver cá, possa concreti- cia de continuarem a formar os seus trabalha- melhor ensino.
zar os planos a que me propus. Há áreas estra- dores. Além disso, temos de apostar na capta-
tégicas que não podem ser adiadas, porque são ção de estudantes internacionais, porque Por- Esta nova área que refere terá parcerias com
importantes para a instituição. A área da inves- tugal é um país muito apelativo, pelo clima, pela empresa?
tigação, a consolidação da oferta formativa, segurança…. Naturalmente, o mercado brasilei-
as residências académicas – tivemos a primei- ro é importante pela dimensão e também pela Sim, a ideia é que tenhamos lá empresas. Que-
remos oferecer melhores condições aos nossos
ra inaugurada recentemente e a segunda em facilidade da língua.
construção. A “obra deste mandato” é a dupli- investigadores. Se for agora aos laborató-
cação do IPCA, que está a nascer nos terre- Qual o papel que a inovação e a investiga- rios, ver as condições dos investigadores… não
nos contíguos ao campus e que estará pronta ção têm no universo IPCA? cabem, estão uns em cima dos outros, não há
– esperamos nós - em 2025. Naturalmente, os Um dos pilares fundamentais do IPCA é a inves- espaço. Com esta nova área teremos mais qua-
lidade e acredito que conseguiremos captar
planos estratégicos ajustam-se às contingên-
cias e aos desafios. Dentro dos desafios que tigação, uma área que conheceu uma grande mais investigadores internacionais para o IPCA.
prevemos para o futuro, está o “inverno demo- evolução nos últimos anos. Temos centros de Considera que os jovens hoje estão prepara-
gráfico” que iremos passar nos próximos anos. investigação acreditados pela FCT [Fundação dos para o empreendedorismo? Que traba-
Vai haver cada vez menos candidatos ao ensino para a Ciência e a Tecnologia], com classifica- lho faz o IPCA neste âmbito, nomeadamen-
ções de excelência. Temos um Centro de Inves-
superior, porque durante um longo período te, ao nível das start-ups ou spin offs?
nasceram menos crianças. Já hoje estamos a tigação em Contabilidade e Fiscalidade, que é
sofrer esses efeitos, passámos de 120 mil candi- a minha área; temos o Centro de Investigação Nós já aprovámos os regulamentos das spin
datos ao Ensino Superior para os atuais 85 mil. em Controlo de Qualidade, que é único no país; offs, estamos agora trabalhar nas primeiras.
Há menos gente, é um dado inquestionável e temos o Centro de Investigação de Design em Temos um gabinete de emprego, de apoio ao
parceria com a Universidade do Porto e com a
temos de nos adaptar. empreendedorismo e aos alumni. Temos vindo
Universidade de Aveiro; e, por último, o Labo- a criar esta rede de antigos alunos porque
E simultaneamente, há mais instituições de ratório Inteligência Artificial, que está identifi- também é através deles que nós melhoramos e
ensino superior e mais oferta. cado como uma unidade de excelência e que damos novas perspetivas aos nossos estudan-
motivou a criação de uma nova área de labora- tes.
16 FEVEREIRO · 2024 #SIMatuaREVISTA