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VIANA DO CASTELO



               Alunos de várias nacionalidades
               VIANA DO CASTELO ENSINA


               PORTUGUÊS A MIGRANTES


              D            e cinco turmas nascem dezenas de histórias, sota-  cipantes assíduos — aqueles que estiveram presentes em pelo menos
               Texto: Patrícia Sousa

                           ques  e  sonhos.  O  Município  de  Viana  do  Castelo
                                                                       metade das aulas — atingiu a centena de participantes, confirmando
                           volta a abrir portas e palavras a quem escolheu Por-
                                                                       o impacto positivo da iniciativa. As aulas são ministradas por profes-
                           tugal como casa — e descobre que a integração tam-
                                                                       sores voluntários, num gesto de partilha que vai muito além da gra-
                           bém se escreve com acentos diferentes.
                                                                       mática: ensina-se o idioma, mas também a cultura, os costumes e o
                                                                       espírito português.
               Eles vieram de lugares distantes — dos Estados Unidos, da Alemanha,
               da Ucrânia, de Espanha — e encontraram em Viana do Castelo mais   O projeto integra as políticas locais de acolhimento e integração de
               do que uma cidade: um espaço para começar de novo. No novo ano   migrantes do município, que aposta na coesão social e na intercultu-
               letivo, 83 migrantes de diversas nacionalidades inscreveram-se nas   ralidade como pilares da convivência. Aprender a língua é o primeiro
               Aulas de Português para Migrantes, promovidas pela Câmara Muni-  passo para participar, trabalhar, sonhar e sentir-se parte, por isso, estas
               cipal de Viana do Castelo. Cinco turmas, três níveis de aprendizagem,   aulas acabam por ser um instrumento de autonomia e inclusão. Mais
               e um mesmo objetivo: transformar a língua num ponto de encontro.  do que um curso, estas aulas são um espelho do mundo em versão
                                                                       vianense: um espaço onde se conjugam verbos, mas também espe-
               As aulas, que decorrem até 31 de maio, são presenciais e semanais,   ranças. Onde um “bom dia” dito com sotaque estrangeiro se transfor-
               distribuídas pelos níveis A1 (Iniciação), A2 (Intermédio) e B1 (Avança-  ma num símbolo de pertença.
               do). A diversidade é o coração do projeto: 13 alunos são oriundos dos
               Estados Unidos da América, 12 da Alemanha, 10 de Espanha e nove   Cada sessão tem duas horas semanais e o projeto funciona durante o
               da Ucrânia — mas há ainda participantes de várias outras origens, uni-  período escolar normal (setembro a junho), com pausas nas férias de
               dos pela vontade de compreender e ser compreendidos.    Natal, Páscoa e Verão. A inscrição é simples e gratuita, feita através de
                                                                       formulário disponível no site municipal.
               A adesão tem vindo a crescer. No último ano letivo, o número de parti-















































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