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EM FOCO

Do silêncio ao futuro: São Geraldo renasce

RICARDO RIO GARANTE QUE MEDIAARTS

CENTRE SERÁ “VERDADEIRAMENTE

EMBLEMÁTICO E IMPACTANTE PARA BRAGA”

H á edifícios que dormem durante décadas, mas
Texto: Patrícia Sousa

acordam para mudar uma cidade inteira. O anti-
go Cineteatro São Geraldo, fechado desde 1995,
prepara-se para renascer com uma nova identida-
de: Media Arts Centre. Um projeto que, nas pala-
vras do presidente da Câmara Municipal de Braga, Ricardo Rio,
será “verdadeiramente emblemático e impactante para Braga”
— não apenas pelo que devolve à cidade, mas pelo que projeta
para o futuro.
O projeto, avaliado em cerca de 14 milhões de euros, quer devolver
vida a um quarteirão que perdeu ritmo com a saída do Hospital e,
ao mesmo tempo, colocar Braga num patamar internacional. Com
um auditório flexível para até 800 pessoas, uma blackbox para
500, restaurante, espaços criativos e tecnológicos, o novo Media
Arts Centre faz jus ao título que Braga ostenta desde 2017: Cidade
Criativa da UNESCO no domínio das Media Arts.
Ricardo Rio, que não estará no corte da fita, parece tranquilo com
Mas este não foi um caminho linear. “Descobrimos patologias es- isso: “Felizmente, há muitos projetos em que não vou cortar a fita:
truturais do edifício que obrigaram a mudar o projeto várias vezes”, Fábrica Confiança, Ínsula das Carvalheiras, Pavilhão do ABC. Fico
confessou Ricardo Rio. Ainda assim, garante que o resultado vai
muito além do esperado: “Trata-se de um projeto extraordinário satisfeito é por ver estas obras a avançar.” Para o autarca, o impor-
que contribuirá para a afirmação cultural da cidade e para a sua tante é garantir que Braga cresce e transforma-SE: “O São Geral-
projeção nacional e internacional. Terá ainda a capacidade de rea- do - Media Arts Centre é um projeto transformador e arrojado, um
bilitar uma zona da cidade que perdeu algum dinamismo com a marco nacional e internacional.”
saída do Hospital”.
Mais do que um edifício, o novo Media Arts Centre quer ser uma
E se a história do São Geraldo é marcada por mudanças, também o ponte entre o passado e o futuro, entre a tradição e a inovação. E
vizinho edifício Pé Alado terá uma nova vida. A atual sede da Junta no coração de Braga, onde durante décadas se ouviram gargalha-
da União de Freguesias de São Lázaro e São João de Souto será
demolida devido a problemas estruturais, dando lugar a uma so- das, aplausos e projeções de cinema, vai nascer um espaço pen-
lução arquitetónica moderna que “vai proporcionar condições de sado para desafiar a criatividade, a tecnologia e a arte. Um palco
trabalho modernas e funcionais para todos”, destacou o edil. pronto para a cidade escrever o próximo ato da sua história cultural.

BRAGA VIVE O VERÃO NA RUA
B raga vive um verão repleto de cultura com o progra- teatro com artistas de sete países no âmbito de Braga 25 – Capital

Portuguesa da Cultura; o Vaudeville Rendez-Vous, que leva circo
ma ‘Ares de Verão’, que decorre até ao final da es-
contemporâneo a vários concelhos da região; e o Festival Interna-
tação e transforma jardins, praças e ruas em palcos
cional de Folclore, que celebra tradições de países como Portugal,
abertos a todos. A iniciativa inclui o Verão no Par-
que, pensado para toda a família, com teatro, jogos,
caminhadas e ateliers criativos, inserido no ATLAS – Programa Argentina ou Costa do Marfim.
Em agosto, as Tardes de Domingo no Parque da Ponte valorizam o
de Mediação Cultural alinhado com a Estratégia Cultural 2020- folclore local, e o Festival ESTEOESTE regressa com concertos ao
2030. PROGRAMA
ar livre, reunindo artistas e bandas nacionais em dois palcos, numa
A programação destaca ainda vários festivais: o Nova Arcada Bra- celebração da cultura e da comunidade bracarense.
JULSET
ga Blues, que traz o blues à Praça Municipal; o Mimarte, festival de
BRAGA25.PT

12 JULHO · 2025 #SIMatuaREVISTA