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REPORTAGEM
Momentos felizes na Obstetrícia do Hospital de Braga
TEXTO: Marta Amaral Caldeira
FOTOS: Hugo Delgado
T amiris Santos, 37 anos, brasileira que escolheu Braga “Uma vocação” para ajudar a nascer crianças
para criar uma família em terras portuguesas, olhava
Há dez anos a exercer a profissão de enfermeira-parteira, Mónica Car-
ainda embevecida para o seu filho recém-nascido:
valho, 34 anos, garante que ajudar as parturientes a ter os seus filhos é
Ares (o deus da Guerra na Mitologia), estendendo o
sorriso de amor infinito que só uma mãe consegue
bés a nascer e, efetivamente, o meu percurso acabaria por ser mesmo
sentir quando acaba de dar à luz. Igualmente deslumbrado, o pai, “uma vocação”. “Já desde criança que eu dizia que queria ajudar os be-
Márcio, de 50 anos, não tirava os olhos do novo rebento, que irá esse, formando-me como enfermeira parteira”.
inundar de felicidade o lar e a irmã, Atena (a deusa da sabedoria na “Para mim, esta é, de facto a profissão mais bonita do mundo”, confessa.
Mitologia). “Não há comparação. É a profissão mais bonita de todas e não só é uma
simples profissão porque ser enfermeira-parteira envolve um leque de
Ares tinha acabado de nascer quando a equipa de reportagem da Re- competências extensíssimo que vai desde o nascimento da criança ao
vista SIM chegou ao Hospital de Braga com o propósito de acompa- acompanhamento da mulher na menopausa”, refere Mónica.
nhar as mulheres e homens parteiras/os no nobre trabalho que levam a
cabo: ajudar as mulheres durante o processo de gestação e parto, além Uma parteira tem competências para acompanhar, ajudar e facilitar as
de todo o apoio emocional dado ao nível da amamentação. transições da mulher: “quando passa pela adolescência, a jovem tem
várias alterações hormonais, depois quando passa pela experiência do
“Estou muito satisfeita com todo o apoio que me deram. Foram todos
muito simpáticos e bem-humorados e isso ajudou muito porque, na processo de maternidade, amamentação e cuidados com o recém-
verdade, nós temos sempre medo e ficamos apreensivos com tudo, -nascido e mais tarde quando a mulher atravessa a fase da menopau-
mas houve muita tranquilidade durante todo o processo de parto. O sa”.
facto de os profissionais terem sido sempre instrutivos e dispostos a “Eu fui mãe há 15 meses e passar pelo reverso da medalha foi uma ex-
responder às nossas perguntas. Fomos muito bem atendidos por toda periência maravilhosa. O nascimento da minha filha – Helena - foi o dia
a equipe de médicos e enfermeiras-parteiras, que foram sempre mui- mais feliz da minha vida e foi um dia fantástico. Fui acompanhada pelas
to solícitas”, garantiu Tamaris. O marido, ao lado, corroborou. “Todo o enfermeiras-parteiras Rosa Castanheira e Fátima Rocha e ter estado
processo foi bem tranquilo. Os profissionais são muito gentis, super do outro lado, enquanto parturiente, também me ajudou a aumentar
educados e fazem com que este a gente fique tranquilo num momento o meu leque de competências porque o parto para uma mulher é, sem
que é sempre tenso para os pais, apesar de feliz”. dúvida, um momento de amor”.
32 MAIO · 2025 #SIMatuaREVISTA