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LITERATURA LITERATURA
“O principal objetivo é ajudar a desmistificar o que que somos o ser mais importante do Universo e que a IA é, apenas, uma
é a Inteligência Artificial” máquina que foi criada por nós para nos auxiliar e não para nos escravi-
zar”, sublinha Diogo Freitas.
O livro Inteligência Artificial – Bênção ou Maldição? – o primeiro que
o empresário Diogo Freitas acaba de escrever tem vários propósitos, “É crucial educar e formar os alunos ao ní-
mas “o principal objetivo é ajudar a desmistificar o que é Inteligência vel destas questões tecnológicas e relembrar
Artificial (IA)”, garante o autor. Por outro lado, “neste livro procuro,
também, dar a minha visão acerca dos benefícios e dos malefícios des- que somos o ser mais importante do Univer-
te tipo de inteligência”. so e que a IA é, apenas, uma máquina que foi
“Enviei um rascunho ao Manuel Fonseca da editora Guerra e Paz e ele criada por nós para nos auxiliar e não para
respondeu-me positivamente, revelando interesse na publicação do nos escravizar”.
livro e eu fiquei, sem dúvida, muito feliz porque eu sabia que não era
escritor, mas percebi que tinha conseguido fazer um trabalho que teve
um propósito específico e que esse trabalho foi valorizado”. Seguiu-se a
revisão aturada ao longo de mais de dois meses, pois, Diogo Freitas quis
certificar-se de que tudo estava certo e a obra bem fundamentada.
Entre os maiores benefícios, o autor destaca, desde logo, “a capacida-
de de raciocínio da IA (mas sem consciência porque se trata de uma
máquina), a capacidade de processamento muito rápida – podendo
servir de auxílio muito vantajoso para a área da medicina, por exemplo,
no sentido de realizar um diagnóstico de uma forma muito mais céle-
re. Entre os maiores malefícios que podem advir do uso da IA, Diogo
Freitas aponta para vários no livro que escreveu, mas confessa que “o
meu maior receio é o atingimento da singularidade, ou seja, o momen-
to para além do qual nós não sabemos o que vai acontecer. Esse é um
momento a partir do qual a máquina será capaz de se auto-programar
e ao alterar o código-fonte podemos ter um problema porque não sa-
bemos o que ela vai fazer. Tecnicamente eu acho que é possível”.
Os maiores receios da IA do futuro
“O que distingue a Inteligência Artificial (IA) de outras tecnologias? De
que modo é que o seu desenvolvimento trará benefícios e malefícios
para a sociedade? O seu progresso pode ser parado? Caso se descon-
trole, onde estará o botão para a desligar?”. São estas e muitas outras
questões que Diogo Freitas se propõe a desmistificar no livro Inteli-
gência Artificial – Bênção ou Maldição?.
Para Diogo Freitas, a possibilidade de auto-programação da máqui-
na é um dos maiores “riscos” que equaciona num futuro próximo. “O
meu maior receio é de que esta auto-programação da máquina seja
algo inevitável porque existem muitos interesses geoestratégicos no
mundo que levam a que não haja uma paragem desse desenvolvimen-
to tecnológico”, asseverou. “Na altura da Guerra Fria, todos queriam
desenvolver armas nucleares o mais rápido possível. Neste momento,
a questão da IA é diferente, pois trata-se de uma tecnologia que pode
fazer algo de forma autónoma”, adverte o autor.
Outro dos problemas mais nefastos que Diogo Freitas antevê com a
disseminação do uso da IA e que é uma ideia que não está muito de-
senvolvida no livro é “o receio de os seres humanos se tornarem mais
ignorantes”. “Julgo que o uso da IA acarreta um certo desincentivo à Obra em todas as bancas
aprendizagem, por exemplo, no caso de um aluno, pode estar a ser
comprometida a capacidade de memorização e tal como esta, muitas O livro Inteligência Artificial – Bênção ou Maldição’, de Diogo Freitas,
outras capacidades e competências humanas”, nota o autor. está disponível nas principais bancas como a Fnac, Bertrand, Almedina
e nas livrarias on-line como a Wook.
Papel da educação
Aos leitores que abram o livro e queiram saber mais sobre Inteligência
“Neste momento já não há como voltar atrás, mas entendo que é pre- Artificial, o autor, Diogo Freitas, pede “uma leitura com sentido críti-
cisamente aqui que a Educação tem um papel importante no sentido co e, se desejarem, que me contactem para me dizer se têm dúvidas,
de as nossas crianças e os alunos conscientes de que nós estamos a se concordam ou discordam ou até que me elucidem um pouco mais
retirar valor a nós próprios enquanto seres-humanos. É crucial educar sobre este tema que está na ordem dos nossos dias e que é preciso cla-
e formar os alunos ao nível destas questões tecnológicas e relembrar rificar o mais possível”.
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