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               CIENTISTA DA UMINHO REGRESSA À

               SUA ESCOLA PRIMÁRIA


               J          osé Joaquim Oliveira, investigador e professor   Joaquim Oliveira definiu este encontro na sua primeira escola



                          da Escola de Ciências da Universidade do Minho
                                                                       como “muito especial”.
                          (ECUM), voltou à escola onde fez o primeiro ciclo,
                                                                       Projeto percorre o país
                          para partilhar experiências e conversar com os mais
                                                                       José Joaquim Oliveira é doutorado em Análise Matemática e faz
                          novos.
                                                                       investigação fundamental em equações diferenciais com apli-
               O matemático esteve na EB de Guisande, em Braga, no âmbi-  cações a modelos biológicos e a modelos de redes neuronais no
               to do programa “Cientista Regressa à Escola!”, da organização   Centro de Matemática (CMAT) e é docente há 25 anos no De-
               europeia Native Scientists. E teve ainda tempo para estar com   partamento de Matemática da ECUM.
               alunos da EB vizinha de Escudeiros. As crianças do 3º e 4º ano
               daquelas escolas tiveram a oportunidade inesquecível de estar   A sessão teve o apoio do Município de Braga e a parceria da Di-
               ao lado de um cientista, muitas delas pela primeira vez, e de fa-  reção-Geral de Educação, com a qual a Native Scientists pre-
               zer ciência de forma prática e divertida.               vê este ano realizar mais 60 oficinas similares noutras tantas es-
                                                                       colas básicas do país, sempre com cientistas diferentes.
               “Fiquei a gostar mais de matemática: aprendemos sobre com-
               putadores, um jogo de caixinhas e pontinhos para saber o maior   Esta organização sem fins lucrativos nasceu em 2013, em Lon-
               e o menor e ainda fizemos uma história de mago, cavaleiro, ra-  dres (Inglaterra), com o fim de conectar cientistas e crianças,
               inha, pirata e mensageira”, contou Inês Sismeiro, de 8 anos. A   alargando assim os horizontes delas, promovendo a literacia
               colega Mafalda Teixeira considerou a experiência “fixe e diver-  científica e combatendo estereótipos. A Comissão Europeia
               tida”, até porque quer ser professora de matemática. “É bom fa-  distinguiu a Native Scientists com o Prémio Novo Bauhaus Eu-
               zer isto com ciências e o investigador é simpático”, acrescentou   ropeu 2023, na rubrica “Campeões da Educação”, em particular
               Rodrigo Costa, de 10 anos.                              por dinamizar ações com cientistas e crianças das mesmas co-
                                                                       munidades imigrantes em oficinas experimentais na sua língua
               Para a docente Rosa Teixeira, da EB de Guisande, este tipo de   de herança. O projeto já chegou a 11 países, como França, Ale-
               atividades torna-se importante e motiva as crianças: “A mate-  manha, Hungria, Irlanda ou Suécia, e tem o portal nativescien-
               mática é exigente, mas ao ser concretizada e bem explicada   tists.org .
               desmistifica-se esse ‘bichinho’ e a abstração”. No final, José









































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