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ENTREVISTA ENTREVISTA
“O facto da AGERE
ser 49% de privados
nunca impediu de
implementarmos
políticas públicas”
Nos primeiros anos, a intervenção permitiu uma Considera que os bracarenses são ambien- dade exemplar da água acaba por ser reconheci-
redução drástica destes números – como disse, talmente conscientes? Por exemplo, nos mento de que esse trabalho está a ser bem feito.
passámos de 27,3% para 13%. Temos feito melho- eventos em que há grande concentração de Em todas as entrevistas que dá, há sempre a
ramentos graduais, sem o impacto que tiveram pessoas, nota uma evolução no comporta- pergunta da praxe: a remunicipalização da
nos primeiros anos, mas a verdade é que quere- mento ambiental? AGERE tem pernas para andar? Acha possí-
mos continuar a perseguir a meta dos 10%.
Penso que sim, globalmente, nota-se uma evolu- vel acontecer nos próximos anos?
A tecnologia evoluiu, nos últimos anos, ao ção. Da nossa parte, enquanto AGERE, também
ponto de se pensar em ter um desperdício continuamos a reforçar, ano após ano, o número Há uma questão importante que tem a ver com
quase nulo? de contentores para separação dos resíduos em o momento da privatização: houve quem inves-
eventos como, por exemplo, o Bananeiro ou a tisse dinheiro e que quer recuperar dividendos.
Será sempre difícil chegar a esse ponto, por Noite Branca. O que foi definido, desde o início, é que todas as
vários fatores. Temos, neste momento, a melhor políticas públicas que fossem implementadas
tecnologia que existe no mercado para a nossa A AGERE foi distinguida com o “Selo da seria sempre com o propósito de tornar a tarifa
realidade. Continuamos a ir a feiras interna- Qualidade Exemplar de Água para Consumo mais barata, mantendo-a sempre ao mesmo
cionais para conhecer novas tecnologias e as Humano”, atribuído pela Entidade Regu- preço, acrescentando outros benefícios como
melhores práticas para perceber se ainda temos ladora dos Serviços de Águas e Resíduos por exemplo, a tarifa social e a tarifa para famí-
margem de evolução. (ERSAR), pelo 10º ano consecutivo. É possí- lias numerosas; com a ambição de melhorar a
vel melhorar, ainda mais, a qualidade da água rede de distribuição de água e também inves-
Nos últimos dias, temos visto reportagens em Braga? tir nos sistemas de recolha de resíduos e limpeza
de barragens cheias, quase a ultrapassar urbana – e conseguimo-lo, porque investi-
o limite. Teme que essas imagens possam O trabalho e investimento que se faz, de melho- mos mais de 10 milhões de euros, sem qualquer
passar uma mensagem errada aos consumi- ramento da rede de distribuição, desde a cap- impacto no tarifário; e com a intenção, recen-
dores? tação até à casa do cliente, demonstra que temente concretizada, de ampliar a capacida-
estamos no caminho certo. Dou-lhe alguns
Eu espero que as pessoas não se esqueçam das exemplos: hoje higienizamos as nossa condu- de de tratamento de águas residuais, que vai
imagens das barragens vazias. O Algarve está tas regularmente – por vezes, quando anuncia- ter um melhoramento significativo, para todos o
em seca permanente e não é assim tão longe mos que o abastecimento será temporariamente concelho, com a nova ETAR do Este. Esperamos
daqui. Tivemos problemas de água há não muito interrompido é para executar esses trabalhos. E que comece a ser construída durante a Prima-
tempo, em barragens aqui bem perto, como Vila- quando falamos da qualidade da água, estamos vera deste ano, despois de ultrapassadas todas
rinho das Furnas, em Rio Caldo, em Salamonde. as burocracias, nomeadamente com a Agência
a referir-nos à água no ponto final de distribui- Portuguesa do Ambiente.
ção, ou seja, a torneira do cliente. O selo de quali-
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