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BRAGA


               A apresentação teve lugar na Livraria Centésima Página

               LUÍS AGUIAR-CONRARIA DEFENDE A “ESCOLA

               PÚBLICA” NA OBRA ‘FIDALGUIA SEM MAQUIA’


               TEXTO: Marta Amaral Caldeira
              F         idalguia sem Maquia’ intitula a nova obra de Luís Aguiar-  sigualdades e defender políticas ativas para combater as desigualdades e


                                                                       a minha causa principal é a defesa da escola pública. É por isso que este
                        -Conraria, professor e presidente da Escola de Economia,
                                                                       é o primeiro tema deste livro e é também por isso que lhe dedico tantas
                        Gestão e Ciência Política da Universidade do Minho (UMi-
                                                                       páginas. A outra causa é a do conhecimento científico, que, especialmente
                        nho). O livro, apresentado pelo ainda então reitor da UMi-
                        nho,  Rui Vieira  de Castro,  na  Livraria  Centésima  Página,
                        reúne um conjunto de crónicas do autor publicadas no Ex-
                                                                       “Eu  não  sou  um  liberal  por  convicção.  Sou  um  eficientista  de  esquerda.
               presso e no Observador e conta com o prefácio da jornalista Fernanda   quando é recente, tem de ser temperado com bom senso”.
               Câncio, sob a chancela da editora Relógio d’Água.       Defendo muito a eficiência, ou seja, a causa económica. O ser liberal é a
                                                                       consequência e a teoria aponta para aí, pelo menos a forma como eu a leio”,
               Rui Vieira de Castro,  que aproveitou para  tecer  uma  crítica  à “prolifera-  frisou Luís Aguiar-Conraria na apresentação do seu mais recente livro pu-
               ção descontrolada” de opiniões que hoje ocorre nos media, fez as honras   blicado, que teve lugar recentemente na Livraria Centésima Página. “A mi-
               da casa e teve a seu cargo a apresentação da nova obra assinada por Luís   nha causa principal é ver a escola, de facto, como elevador social e esse é o
               Aguiar-Conraria, destacando-a pela sua “abordagem original, inteligente e   ponto onde eu mais vacilo no meu liberalismo”.
               informadas sobre os temas que pretende discutir e com ângulos, por ve-  Aos presentes na apresentação da obra, o autor contou que começou a es-
               zes, inesperados, de onde sobressai um compromisso com determinadas   crever há vários anos em blogues “por saudades” e, de repente, deparou-se
               causas”. O tom humorístico é uma constante, com a ironia e, por vezes, o   com muitas pessoas a quererem saber do que escrevia. Achou que devia ir
               sarcasmo a pautar o texto como chamada de atenção do leitor, que é cons-  por aí. E o caminho na escrita tem-se feito por gosto e também por necessi-
               tantemente interpelado.
                                                                       dade de intervir social e publicamente.
               Entre os inúmeros temas reunidos na obra ‘Fidalguia sem Maquia’, desta-
               que para a particular incidência nas questões relacionadas com o Ensino,   OBRAS
               Economia e Política, com os dois últimos capítulos dedicados à ‘guerra dos   Entre as obras que já deram à estampa, Luís Aguiar-Conraria é, juntamen-
               sexos’ e aos tribunais.                                 te com Fernando Alexandre e Pedro Bação, co-autor de ‘Crise e Castigo
                                                                       e o Dia Seguinte: os Desequilíbrios e o Resgate da Economia Portugue-
               Assumindo a Escola Pública como motivo principal de vida e de trabalho,
               Luís  Aguiar-Conraria  confessou-se  “uma  pessoa  de  causas”.  “Para  mim   sa’, prefaciado por José Manuel Durão Barroso, entre outras títulos como
               há duas causas que procuro que passem em grande parte dos textos que   ‘Poupança e Financiamento da Economia Portuguesa’ (com os mesmos
               escrevo:  uma  é  que  sou  uma  pessoa  de  esquerda,  independentemente   co-autores) e tem publicada obra própria como ‘A Culpa vive Solteira: o
               do que achem, e a pessoa de esquerda é alguém que quer reduzir as de-  Olhar de um Economista sobre Portugal, a Desigualdade, a Pandemia e o
                                                                       Quotidiano’.










































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