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REGIÃO
ESPOSENDE VAI CRIAR MUSEU
DEDICADO AO REI D. SEBASTIÃO
O Município de Esposende pretende avançar com a cria- zado no Forte de S. João Baptista, para onde está projetado o Centro de
ção de um espaço museológico dedicado ao Rei D. Se-
Divulgação Científica, focado em atividades marinhas, no âmbito do proto-
colo estabelecido com a Universidade do Minho.
bastião. O anúncio foi feito pelo Presidente da Câmara
Municipal, Benjamim Pereira, nas cerimónias comemo-
“Não havia melhor dia para fazer este anúncio”, vincou o autarca agrade-
rativas do Dia de Portugal, de Camões e das Comunida-
des Portuguesas, cujo programa incluiu o Hastear das
pena de Camões”, cuja apresentação e visita guiada, com o devido enqua-
Bandeiras, na Praça do Município, com a participação musical do Quarteto cendo a todos quantos colaboraram para a exposição “500 anos sob a
de Trombones da Banda de Música de Belinho, e a abertura da Exposição dramento histórico, esteve a cargo da responsável da Biblioteca Municipal,
Bibliográfica e Iconográfica “500 anos sob a pena de Camões”, integrada Maria Luísa Leite.
nas comemorações municipais do V Centenário de Nascimento de Luís de A mostra assenta em livros de finais do século XIX, XX e alguns novos, já
Camões, na Biblioteca Municipal Manuel de Boaventura. editados este ano, no âmbito do V Centenário, como “Camões – Uma an-
tologia”, de Frederico Lourenço, entre outros. Mas o especial destaque
Benjamim Pereira sublinhou a importância de assinalar o dia maior de Por- foram algumas edições d’ Os Lusíadas, como a de 1900, revista e prefacia-
tugal, “um país cada vez mais inclusivo”, dedicado também ao poeta Luís da por Sousa Viterbo, ilustrada por Roque Gameiro e Manuel de Macedo
Vaz de Camões, cuja obra “Os Lusíadas”, lembrou, se encontra refletida nos e onde também se podem ver os retratos de Camões e Manuel Severim
painéis ilustrativos de Jorge Colaço, patente nas Escolas Rodrigues Faria/ Faria (1590- 1649); a edição de 1980, comemorativa do IV centenário da
Centro Cultural de Forjães. Importa, pois, vincou o autarca, exultar a cora- morte do poeta, com ilustrações dos grandes pintores portugueses do
gem dos portugueses e tão grandiosos e nobres feitos atendendo à escala início do século, como Columbano, Condeixa, Malhoa, João Vaz e Car-
do país, cuja população, à época, não ia além de 1,5 milhões de pessoas.
los Reis. Foi com base nestas pinturas, dos Lusíadas e da Lírica, ilustrada
Notando que a marca dos portugueses se encontra patente em diversos por Lima de Freitas, que foram elaborados os painéis, cerca de duas de-
locais, em todo o mundo, Benjamim Pereira afirmou a honra e o orgulho de zenas, que acompanham a mostra documental. Da exposição fazem parte
tão importante legado. Neste contexto, referiu que Esposende beneficia também algumas obras da bibliografia passiva camoniana, desde autores
de “felizes coincidências”, desde logo o facto de a obra “Os Lusíadas” ter como António Sergio, Vitor Aguiar e Silva, Bernardo Xavier Coutinho e o
sido editada em 1572, precisamente o ano em que Esposende alcança a sua primeiro número da revista Oceanos, editada pela Comissão Nacional para
autonomia administrativa, por via da Carta Régia de D. Sebastião. Igual- as Comemorações dos Descobrimento Portugueses. Presente também na
mente relevante, mais recentemente, o Achado de Belinho, resultado do exposição uma réplica de uma caravela quinhentista, construída por José
naufrágio de uma embarcação quinhentista, justamente do reinado de D. Felgueiras, ilustre investigador da História Local, e que faz parte de uma ex-
Sebastião, que veio enriquecer Esposende e o seu acervo cultural. posição patente no Museu Marítimo de Esposende.
Esta simbiose de factos justifica, para Benjamim Pereira, a criação de um A marcar o Dia de Portugal e das Comunidades Portuguesas, Esposende
espaço museológico dedicado ao jovem rei que decretou a criação do con- assinala também, por esta via, V Centenário de Nascimento de Luís de Ca-
celho de Esposende, que o possa elevar e dignificar, e honrar a história do mões, numa estratégia que visa o cumprimento dos Objetivos de Desen-
Município. “Se há terra que tem dívida para com o rei D. Sebastião é Espo- volvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030, nomeadamente no que se
sende”, afirmou o autarca, adiantando que o projeto poderá ser materiali- refere ao seu património histórico e cultural.
48 JUNHO · 2024 #SIMatuaREVISTA