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REPORTAGEM


















































             A invasão russa  à Ucrânia  acabou por  trazer
             novos desafios à empresa, que se viu a braços
             com um drama humano que contagiou toda a
             gente.  “Nós  trabalhamos  em  família,  quando
             há um problema, é vivido por todos. E quan-
             do há uma coisa boa, também ficamos todos
             felizes. Eu costumo dizer que o meu sucesso é
             o sucesso da minha equipa e eu não seria nin-
             guém sem as pessoas que tenho aqui a traba-
             lhar comigo. Em 18 anos de trabalho, o maior
             desafio foi o período da Invasão da Ucrânia, em
             2022.  Tivemos  pessoas  que  interromperam  o
             trabalho para ir à Ucrânia buscar familiares, nós
             também  acolhemos  refugiados,  lidamos  com
             a morte de uma rapariga 30 e tal anos, familiar
             de  uma  pessoa  que  trabalha  connosco.  Um
             dia de manhã, às 08h30, recebemos um tele-
             fonema com essa notícia e a vontade que eu
             tinha era de fechar a porta e irmos todos para
             casa”, refere. “Acabámos por nos apoiar umas
             às outras, o trabalho foi quase uma terapia, mas
             também ajudámos a comunidade, com a cria-
             ção de uma pulseira solidária da Ucrânia… era
             um pouco como terapia. A situação foi difícil de
             gerir”.                              oportunidade  de mostrar  o  nosso trabalho  e,   sejamos nós a encontrar uma solução. Há uns
                                                  dessa forma, conquistar o cliente. Se eles me   tempos, entrou aqui um cliente que disse que
             UM PERCURSO ASCENDENTE               pediam uma amostra, eu mostrava-lhes várias.   já tinha ‘corrido’ tudo, mas ninguém lhe con-
                                                  Começámos a trabalhar para o mercado nacio-  segui fazer uma determinada peça. Quando o
             O início da empresa foi duro. Quando come-
             çou a tentar arranjar uma carteira de clientes,   nal,  mas  rapidamente  expandimos  o  negócio   recebi, disse-lhe logo que nós iríamos resolver
             as empresas não mostravam interesse em ou-  para  o estrangeiro.  Trabalhámos  com  calça-  o problema – e era uma peça realmente difícil.
             vir  e não apostavam  no  trabalho handmade.   do, com vestuário e, mais tarde, na joalharia”,   Depois, veio agradecer-nos. O que mais gosto
             “Quando  conseguia  marcar  reuniões,  tinha  a   descreve Grácia Sofia. “O meu maior gosto é   neste trabalho é de sentir a gratidão das pes-
                                                  que o cliente chegue aqui com um problema e   soas…”.

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